A caça às bruxas
foi um movimento social e religioso que atingiu a Europa na Idade Média, quando
a Igreja Católica tinha também fortes influências políticas e econômicas, aonde
eram perseguidas as pessoas que praticavam religiões pagãs, os curandeiros,
celtas, druidas ou qualquer outra pessoa que não fosse católica, ou que fosse
suspeita de comportamento anormal.
A palavra “bruxa” significa
mulher sábia. Naquele período, qualquer mulher que vivesse sozinha era vitima
de suspeitas, até mesmo velhas viúvas, ter um gato em casa já era algo
suspeito. Saber os benefícios e malefícios das ervas medicinais era considerada
uma bruxaria. Podemos encontrar as caças às bruxas desde o auge da civilização
babilônica. Esta suspeita costumava recair sobre as mulheres estrangeiras e
suas estranhas práticas.
Depois da enorme devastação decorrente da peste negra(que
vitimou 1/3 da população européia entre 1347 e 1350) esses rumores aumentaram e
passaram a focar mais em supostas bruxas e "propagadores de praga". Casos
de processo por bruxaria foram aumentando lentamente, mas de forma constante,
até que os primeiros julgamentos em massa apareceram no Século XV.
O
mais famoso manual de caça às bruxas é o Malleus Maleficarum ("Martelo das Feiticeiras"), de 1486. Com
28 edições esse volumoso manual define as práticas consideradas demoníacas. Ele
se torna uma espécie de bíblia da caça às bruxas e vai ter grande influência do
outro lado do Atlântico séculos depois sobre as comunidades puritanas nos
Estados Unidos tendo sido utilizado no famoso caso das bruxas de Salen.
As
suspeitas (mulheres, quase sempre) eram enforcadas, decapitadas ou levadas à
fogueira em praça pública. Acusadas de adorar ao diabo. Nesta mesma época,
pessoas com doenças que hoje diríamos ser epilepsia ou convulsões eram tidas
como pessoas possuídas pelo demônio e eram induzidas ao exorcismo. Entre
endemoniados e bruxas, muitas pessoas inocentes morreram apenas por saber
preparar um chapara dor de barriga...
Aspectos
importantes da caça às bruxas:
·
O
número total de julgamentos oficiais de bruxas na Europa que acabaram em
execuções foi de cerca de 12 mil.
·
Embora
tenha começado no fim da Idade Média,
a caça às bruxas européia foi um fenômeno da Idade Moderna,
período em que a taxa de mortalidade foi bem maior, no conceito de Terrorismo - Político de Corrupção.
·
Embora
supostas bruxas tenham sido queimadas ou enforcadas num intervalo de quatro
séculos — do século XV ao século XVIII — a maioria foi julgada e morta entre 1550 e1650, nos 100 anos mais
histéricos do movimento.
·
O
número de julgamentos e execuções tinha fortes variações no tempo e no espaço.
Seria fácil encontrar localidades que, em determinado período, estavam sendo
verdadeiros matadouros logo ao lado de regiões praticamente sem julgamentos por
bruxaria.
·
A
maior parte das mortes na Europa ocidental ocorreram nos períodos e também nos
locais onde havia intenso conflito entre o Catolicismo e o Protestantismo,
com conseqüente desordem social.
·
Ocorriam
mais mortes em regiões de fronteira ou locais onde estivesse enfraquecido um
poder central, com a ausência da Igreja ou do Estado. Fatores regionais tiveram
papel decisivo nos modos e na intensidade dos julgamentos.
·
A
maioria das vítimas confirmadas foi julgada e executada por cortes seculares,
sendo as cortes seculares locais de longe as mais cruéis. As vítimas de cortes
religiosas geralmente recebiam melhor tratamento, tinham mais chances de serem
inocentadas e recebiam punições muito leves.
·
Muitos
países da Europa quase não participaram da caça às bruxas, e 3/4 do território
europeu não viu um julgamento sequer. A Islândia executou apenas quatro
"bruxas"; a Rússia, apenas dez. A histeria foi mais forte na Suíça calvinista, Alemanha e França.
·
Numa
média, 25% das vítimas foram homens, assim sendo 75% mulheres, mas a proporção
entre homens e mulheres condenados podia variar consideravelmente de um local
para o outro. Mulheres estiveram mais presentes que os homens também enquanto
denunciantes e não apenas como vítimas.
·
Benedict
Capzov, luterano fanático, foi responsável pela morte de aproximadamente 20.000
bruxas, apoiando-se na “lei” do Antigo Testamento. Costumava citar Êxodo
(22,18); “Não deixarás viver a feiticeira”.
·
Até
onde se sabe, algumas vítimas adoravam entidades pagãs e, por isso, poderiam
ser vistas como indiretamente ligadas aos "neopagãos" atuais, mas
oficialmente consta nos autos que esses casos eram uma minoria. Também é
verdade que algumas das vítimas eram parteiras ou curandeiras, mas eram uma
minoria. A maioria se dizia cristã ou judia, uma vez que a população pagã era
bem rara na Europa da Idade Média.
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