quinta-feira, 30 de maio de 2013

A Primeira Guerra Mundial

Entre os anos de 1870 e 1914, o mundo vivia a euforia da chamada Belle Epóque (Bela Época). Do ponto de vista da burguesia dos grandes países industrializados, o planeta experimentava um tempo de progresso econômico e tecnológico. Confiantes de que a civilização atingira o ápice de suas potencialidades, os países ricos viviam a simples expectativa de disseminar seus paradigmas às nações menos desenvolvidas. Entretanto, todo esse otimismo encobria um sério conjunto de tensões.
Com o passar do tempo, a relação entre os maiores países industrializados se transformou em uma relação marcada pelo signo da disputa e da tensão. Nações como Itália, Alemanha e Japão, promoveram a modernização de suas economias. Com isso, a concorrência pelos territórios imperialistas acabava se acirrando a cada dia. Orientados pela lógica do lucro capitalista, as potências industriais disputavam cada palmo das matérias-primas e dos mercados consumidores mundiais.
Um dos primeiros sinais dessa vindoura crise se deu por meio de uma intensa corrida armamentista. Preocupados em manter e conquistar territórios, os países europeus investiam em uma pesada tecnologia de guerra e empreendia meios para engrossar as fileiras de seus exércitos. Nesse último aspecto, vale lembrar que a ideologia nacionalista alimentava um sentimento utópico de superioridade que abalava o bom entendimento entre as nações.
Outra importante experiência ligada a esse clima de rivalidade pôde ser observada com o desenvolvimento da chamada “política de alianças”. Através da assinatura de acordos político-militares, os países europeus se dividiram nos futuros blocos políticos que conduziriam a Primeira Guerra Mundial. Por fim, o Velho Mundo estava dividido entre a Tríplice Aliança – formada por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália – e a Tríplice Entente – composta por Rússia, França e Inglaterra.
Mediante esse contexto, tínhamos formado o terrível “barril de pólvora” que explodiria com o início da guerra em 1914. Utilizando da disputa política pela região dos Bálcãs, a Europa detonou um conflito que inaugurava o temível poder de metralhadoras, submarinos, tanques, aviões e gases venenosos. Ao longo de quatro anos, a destruição e morte de milhares impuseram a revisão do antigo paradigma que lançava o mundo europeu como um modelo a ser seguido.
A Primeira Guerra Mundial ocorreu no século XX. De 1914 a 1918, o continente europeu foi “palco” dos horrores causados pela guerra. Os principais motivos que levaram ao acontecimento da Primeira Guerra Mundial, segundo alguns estudiosos, foram o expansionismo, a exploração Imperialista da África e Ásia (a partir do final do século XIX até meados da década de 1960), a corrida armamentista e apolítica de alianças.
É consenso entre vários estudiosos que o início (estopim) da guerra ocorreu após o assassinato do arquiduque austríaco Francisco Ferdinando. Devemos salientar que esse fato não foi o fator preponderante que fez a guerra ter acontecido, mas um evento que motivou a explosão do barril de pólvora – metáfora que descreve as tensões diplomáticas entre os países europeus antes da guerra.      
A Primeira Guerra Mundial foi analisada e interpretada por diversos estudiosos e foi inspiração para diversas produções cinematográficas (aliás, somente a Segunda Guerra obteve mais produções cinematográficas que representaram o conflito). A Grande Guerra, como também foi descrita, foi dividida em algumas fases.
A primeira fase ocorreu de agosto a novembro de 1914 e ficou conhecida como a guerra de movimento, quando a Alemanha realizou ataques agressivos contra a França. Os alemães invadiram a Bélgica, derrotaram os franceses e caminharam rumo a Paris. Logo de imediato, a capital e o governo francês foram transferidos para a cidade de Bordeaux e os franceses conseguiram conter os ataques dos alemães, que recuaram a ofensiva em setembro de 1914.
Na primeira fase da guerra, a política de alianças já estava praticamente consolidada, mas alguns países ainda fecharam acordos, o que desencadeou na formação dos dois blocos inimigos durante a segunda fase da guerra: a Tríplice Entente, formada pela França, Bélgica, Grã-Bretanha, Rússia, EUA, entre outros; e a Tríplice Aliança, composta pela Alemanha, Áustria-Hungria, Turquia e Bulgária.
A segunda fase da Primeira Guerra Mundial aconteceu de novembro de 1914 a março de 1918. Essa fase ficou conhecida como a Guerra de posições, época em que ocorreram as maiores estratégias militares (os avanços dos exércitos custavam milhares de vidas). Nesse momento, teve início a chamada guerra de trincheiras, quando os exércitos se enterraram em valas com a finalidade de proteção.
A entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial confirmou-se durante a segunda fase. Os principais motivos da entrada dos EUA no conflito foram a promessa de apoio aos países europeus que compravam mercadorias das indústrias norte-americanas (a neutralidade ficou difícil) e os ataques dos submarinos alemães à marinha mercante dos EUA. No dia 6 de abril de 1917, os norte-americanos declararam guerra à Alemanha. Outro fato importante dessa fase foi a saída da Rússia, em 1917, da Guerra, em razão da Revolução Socialista Russa. Em tal momento, a Tríplice Aliança havia ganhado dois aliados, a Bulgária e a Turquia; e a Tríplice Entente teve a adesão da Romênia, de Portugal, do Japão, da Argentina e do Brasil.
As ofensivas de 1918 se constituíram como a terceira fase da Primeira Guerra Mundial. Novas armas bélicas foram utilizadas no conflito, além do uso de tanques e aviões de caça para bombardeios e também a chegada de um grande contingente de soldados norte-americanos (aproximadamente 1,2 milhão de soldados).
A entrada dos EUA reforçou a capacidade bélica da Entente, entretanto a saída da Rússia possibilitou a invasão da Itália e da França pela Alemanha. Mas a força bélica da Tríplice Entente conseguiu vitórias fundamentais sobre a Tríplice Aliança em territórios franceses.
No final de 1918, a Alemanha não tinha mais possibilidade de vencer a guerra e a população alemã forçou o imperador Guilherme II a abdicar do trono. Posteriormente foi instalada a república na Alemanha e decretada a sua derrota militar. A Primeira Guerra Mundial matou cerca de 8 milhões de pessoas e incapacitou aproximadamente 20 milhões.
A vitória da Tríplice Entente nos conflitos da Primeira Guerra (1914 – 1918) estipulou os acordos a serem assinados pelas nações derrotadas. A Alemanha, considerada a principal culpada pelos conflitos, foi obrigada a aceitar as imposições do Tratado de Versalhes, assinado em Paris, no mês junho de 1919. Em linhas gerais, o Estado alemão perdeu parte de seus territórios, zonas de exploração mineral e seus domínios coloniais. Além disso, as outras nações da Tríplice Aliança foram alvos de punição.
A Alemanha foi obrigada a devolver a região da Alsácia-Lorena para as mãos dos franceses. Os russos tiveram que reconhecer a independência da Polônia, que ainda foi agraciada com o corredor polonês (limite territorial que dava ao país uma saída para o mar). As colônias alemãs no continente africano foram divididas entre Inglaterra, Bélgica e França. Os outros domínios na região do Pacífico foram partilhados pelo Japão e Inglaterra.
Para evitar uma possível revanche e conter a mesma corrida armamentista que possibilitou a Primeira Guerra, esse mesmo tratado forçou o desarmamento alemão. O exército alemão não mais poderia ser formado através de alistamento obrigatório e suas tropas não poderiam ultrapassar o limite de 100 mil soldados. A força militar alemã não teria nenhum tipo de artilharia pesada e uma comissão seria responsável por impedir a criação de indústrias bélicas na Alemanha.
Não bastando todas essas restrições, os vencedores impuseram uma indenização astronômica aos cofres alemães. A Alemanha deveria pagar cerca de 270 milhões de marcos-ouro aos países aliados. Além disso, outras multas foram estipuladas para o pagamento de pensões às viúvas, mutilados e órfãos. A maior parte destas indenizações estipuladas foi concedida aos franceses.
Ao contrário de assegurar a paz, o Tratado de Versalhes foi visto como a grande motivação para uma Segunda Guerra Mundial. Seu caráter visivelmente punitivo alimentou o sentimento revanchista que abriu espaço para a ascensão dos estados nazi-fascistas na Europa. Alemanha e Itália foram tomadas por tais governos que, entre outros pontos, defendiam que a soberania nacional de seus países teria sido desonrada pelas medidas humilhantes do tratado.
O que poucas pessoas sabem que paralelamente ao final da guerra, mas precisamente no ano de 1918, começou a propagar-se no mundo uma epidemia de gripe, denominada de gripe espanhola. A epidemia de gripe alcançou quase todo o globo terrestre com exceção de alguns locais no Polo Norte (Sibéria) e Oceania.
No contexto histórico do ano de 1918, poucos sabiam da letalidade da epidemia de gripe espanhola, a comunidade médica, juntamente com a população, ainda não tinha conhecimento da epidemia de gripe. A gripe foi confundida com outras doenças como tifo, cólera e dengue.
Enquanto a I Guerra Mundial, segundo alguns pesquisadores do conflito, vitimou aproximadamente 8 milhões de pessoas, a gripe espanhola, que teve seu auge entre os meses de setembro e dezembro de 1918, vitimou assustadoramente cerca de 40 milhões de pessoas.
A letalidade da epidemia até hoje não foi explicada de forma plausível pela comunidade médica, alguns médicos defenderam que a epidemia iniciou-se de uma gripe aviária, mas a gripe de aves não pode ser contraída diretamente pelos seres humanos. Os suínos fizeram a ligação para a gripe humana, primeiro a gripe aviária se transformou em gripe suína e, posteriormente, transformou-se em gripe humana.
A denominação ‘Gripe espanhola’ aconteceu durante a I Guerra Mundial, os principais países envolvidos no conflito como a Inglaterra, a França, os EUA, a Rússia, a Alemanha, a Itália e o Japão, censuravam notícias sobre a presença da epidemia em seus territórios, em razão da questão bélica.
Durante o ano de 1918 (ano final da guerra), somente a Espanha se encontrava neutra no conflito, não participou efetivamente da guerra. Portanto, a imprensa espanhola não tinha motivos e tampouco foi censurada pelo governo espanhol de noticiar a presença de gripe em seu território. A notícia da epidemia só chegava da Espanha, assim, ficou subtendido que a gripe tinha originado em território espanhol, por isso o nome “gripe espanhola”. Atualmente sabemos que a epidemia de gripe não iniciou na Espanha, segundo grande parte dos pesquisadores da doença, a epidemia começou na China, porém outros pesquisadores defendem que a origem da moléstia se deu nos Estados Unidos.
Durante a I Guerra, milhares de combatentes também morreram infectados pela gripe no Front.






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