Mini Contos e Trechos de Vida
Textos Curtos de Autoria Própria (a não ser quando referenciado)! |
“E então, naquela noite, pela primeira vez eu me senti vista,
ainda não ouvida, ou importante, mas vista, como se meu aparente desinteresse
gerasse algum interesse. Tenho dificuldade de olhar nos olhos das pessoas,
parece invasivo, então, até hoje não sei dizer se aqueles olhos são castanhos
ou pretos, mas naquele momento pareciam duas enormes jabuticabas, me olhando,
como se tentasse alcançar minha alma, meus segredos. E enquanto contava seus
próprios segredos de amor e desamor - às vezes gostamos de alguém por muito
tempo, mas sabemos que não vai acontecer... - olhou para mim, com olhar de
cumplicidade, olhou porque conheço seus segredos, mas minha ilusão teimava em
me dizer que eu era o segredo, uma doce mentira...”
“Memórias são nossos arrependimentos, as paranóias que não nos
abandonam, os momentos marcantes, são coisas e pessoas importantes,
significativas o suficiente para permanecerem em nossas lembranças ou ganhar um
espaço em nossas anotações, porque o resto, o tempo leva. Certa tarde,
caminhava na rua com uma grande amiga, e uma música daquelas de inicio de filme
de suspense dos anos 90, vinda de um celular alheio, me tele-transportou por
alguns segundos a uma realidade diferente, de uma existência protagonista e ao
mesmo tempo suspensa, como um inicio sem antecedentes, sem todos os traumas que
me constituíram, o entorpecimento durou pouco, o dono do celular se foi e a
música silenciou, me devolvendo suavemente a realidade.”
“Sonhei, com um momento de raiva, um abraço que conforta, um
abandono que deixa perdida mesmo em um lugar conhecido, um momento de exposição
desnecessária, brilho... Uma saudade, uma rejeição inesperada... Foi uma noite
caótica! Estive em vários lugares e vi várias pessoas, sem sair daqui...”
“A ficção tem por objetivo nos distrair das dores enquanto
refletimos sobre elas, nos quer acalmar por meio da mentira... A morte não é
tão simples e suave, tão calma como um desmaio, é mais agoniante que isso,
parar de respirar, parar de funcionar, perder a consciência para sempre, deixar
de existir (a não ser na memória de quem ama), não ter mais o controle do
próprio corpo, nunca mais, não há paz quando não se sabe aonde vai, mas é um
instante, um inevitável instante, que logo acaba, então se vai... Morte fascina
pelo desconhecido, pela dificuldade de simbolizar, aonde fica o ‘não aqui’?...
Mas a morte não é apenas o fim da vida, mas o fim dos ciclos, a ansiedade de
novos recomeços, o luto pelo que passou e a despedida de momentos que não
voltam... A força para seguir em frente vem do poder de acreditar que a próxima
etapa vai ser melhor, por isso precisamos de ciclos, chamamos isso de
esperança...”
“O tempo é frágil. O tempo é ágil. Quebra, escorre de nossas
mãos, não o controlamos, tentamos alcançá-lo ou suportá-lo, mas o tempo é
nosso. E a vida é um suspiro...”
“Abro os olhos e encaro o reflexo do adesivo da princesa prateada
afixada em minha parede, restos de uma infância atrasada, reflete a lâmpada e
me lembra o que representa, ela não espera nenhum príncipe, mas é segura de si,
tem poder, enquanto eu, tento me alevantar da cama, meio tonta, tomada pela
fraqueza... Sou real, não realeza.”
“Eu entendo essa raiva, porque eu a tenho também, parece que
muitas pessoas que não merecem tem sorte e ganham muito dinheiro para gastar
com futilidades, enquanto quem precisa e se esforça por isso, corre atrás e não
consegue nada, vive com azar, não tem as oportunidades e não consegue subir na
vida, fica estancado co ‘trabalha muito e ganha pouco’ enquanto muitos
‘trabalham pouco e ganham muito’, a tal da desigualdade, o universo me parece
injusto, isso desperta uma raiva incompreensível, pois nada se pode fazer, a
não ser continuar tentando...”
“Tua liberdade é equivalente a tua responsabilidade.”
“Quando acabamos de ler o ultimo livro de uma saga dá a
impressão de que desbravamos e conquistamos mais um mundo, um lugar fantástico
que agora também pertence a nós! Às vezes me sinto uma anomalia, por gostar
tanto de ler e estudar e aprender, enquanto vivo em um mundo aonde, pelo menos
ao redor de mim, vejo tanta gente desinteressada... Se soubessem como é bom! É
tão maravilhoso conhecer e saber, viajar sem sair do lugar, ter ferramentas que
te permitam realmente viajar, por exemplo, não há sensação mais prazerosa que
conseguir ler várias coisas, frases, textos em inglês, sem precisar de
tradutor... Parece uma vitória na vida!”
“Ele
chega furtivamente
Uma
sombra nos pés da gente
Abana
o rabo contente
Bicho
peludinho
Pedindo
carinho
Mexendo
com seu focinho...
Todo
amor do mundo esta entre aqueles pelos pretos, pulgas e patas”
- Não acumule
silêncios.
“Pessoas não são
respostas, são perguntas.”
(The
End of The F**king World)
“Minha vida é feita de listas e sonhos… Não existe nada mais
triste do que ter seus sonhos presos em um papel sem consegui-los tirar de lá
para que se tornem realidade... Creio que sou invisível ao universo, sou tão
insignificante que não deformo suas curvas de tempo (sabemos que algumas coisas
são cientificamente erradas, mas soam poéticas)...”
“17 anos, uma idade mágica para muitos e angustiante para
outros... Estou escrevendo isso aos 22, me parece mágico agora, mas não pode
ser assim quando se namorava uma pessoa sobre a qual não há qualidades para
descrever... E das angustias eu fugi, deixando para quando estaria (pensava eu)
melhor preparada... Mas ás vezes penso que 17 anos é uma idade eterna...”
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