sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Mini Contos e Trechos de Vida

Mini Contos e Trechos de Vida

Textos Curtos de Autoria Própria (a não ser quando referenciado)!

“E então, naquela noite, pela primeira vez eu me senti vista, ainda não ouvida, ou importante, mas vista, como se meu aparente desinteresse gerasse algum interesse. Tenho dificuldade de olhar nos olhos das pessoas, parece invasivo, então, até hoje não sei dizer se aqueles olhos são castanhos ou pretos, mas naquele momento pareciam duas enormes jabuticabas, me olhando, como se tentasse alcançar minha alma, meus segredos. E enquanto contava seus próprios segredos de amor e desamor - às vezes gostamos de alguém por muito tempo, mas sabemos que não vai acontecer... - olhou para mim, com olhar de cumplicidade, olhou porque conheço seus segredos, mas minha ilusão teimava em me dizer que eu era o segredo, uma doce mentira...”


“Memórias são nossos arrependimentos, as paranóias que não nos abandonam, os momentos marcantes, são coisas e pessoas importantes, significativas o suficiente para permanecerem em nossas lembranças ou ganhar um espaço em nossas anotações, porque o resto, o tempo leva. Certa tarde, caminhava na rua com uma grande amiga, e uma música daquelas de inicio de filme de suspense dos anos 90, vinda de um celular alheio, me tele-transportou por alguns segundos a uma realidade diferente, de uma existência protagonista e ao mesmo tempo suspensa, como um inicio sem antecedentes, sem todos os traumas que me constituíram, o entorpecimento durou pouco, o dono do celular se foi e a música silenciou, me devolvendo suavemente a realidade.”


“Sonhei, com um momento de raiva, um abraço que conforta, um abandono que deixa perdida mesmo em um lugar conhecido, um momento de exposição desnecessária, brilho... Uma saudade, uma rejeição inesperada... Foi uma noite caótica! Estive em vários lugares e vi várias pessoas, sem sair daqui...”




“A ficção tem por objetivo nos distrair das dores enquanto refletimos sobre elas, nos quer acalmar por meio da mentira... A morte não é tão simples e suave, tão calma como um desmaio, é mais agoniante que isso, parar de respirar, parar de funcionar, perder a consciência para sempre, deixar de existir (a não ser na memória de quem ama), não ter mais o controle do próprio corpo, nunca mais, não há paz quando não se sabe aonde vai, mas é um instante, um inevitável instante, que logo acaba, então se vai... Morte fascina pelo desconhecido, pela dificuldade de simbolizar, aonde fica o ‘não aqui’?... Mas a morte não é apenas o fim da vida, mas o fim dos ciclos, a ansiedade de novos recomeços, o luto pelo que passou e a despedida de momentos que não voltam... A força para seguir em frente vem do poder de acreditar que a próxima etapa vai ser melhor, por isso precisamos de ciclos, chamamos isso de esperança...”



“O tempo é frágil. O tempo é ágil. Quebra, escorre de nossas mãos, não o controlamos, tentamos alcançá-lo ou suportá-lo, mas o tempo é nosso. E a vida é um suspiro...”




“Abro os olhos e encaro o reflexo do adesivo da princesa prateada afixada em minha parede, restos de uma infância atrasada, reflete a lâmpada e me lembra o que representa, ela não espera nenhum príncipe, mas é segura de si, tem poder, enquanto eu, tento me alevantar da cama, meio tonta, tomada pela fraqueza... Sou real, não realeza.”



“Eu entendo essa raiva, porque eu a tenho também, parece que muitas pessoas que não merecem tem sorte e ganham muito dinheiro para gastar com futilidades, enquanto quem precisa e se esforça por isso, corre atrás e não consegue nada, vive com azar, não tem as oportunidades e não consegue subir na vida, fica estancado co ‘trabalha muito e ganha pouco’ enquanto muitos ‘trabalham pouco e ganham muito’, a tal da desigualdade, o universo me parece injusto, isso desperta uma raiva incompreensível, pois nada se pode fazer, a não ser continuar tentando...”



“Tua liberdade é equivalente a tua responsabilidade.”



“Quando acabamos de ler o ultimo livro de uma saga dá a impressão de que desbravamos e conquistamos mais um mundo, um lugar fantástico que agora também pertence a nós! Às vezes me sinto uma anomalia, por gostar tanto de ler e estudar e aprender, enquanto vivo em um mundo aonde, pelo menos ao redor de mim, vejo tanta gente desinteressada... Se soubessem como é bom! É tão maravilhoso conhecer e saber, viajar sem sair do lugar, ter ferramentas que te permitam realmente viajar, por exemplo, não há sensação mais prazerosa que conseguir ler várias coisas, frases, textos em inglês, sem precisar de tradutor... Parece uma vitória na vida!”





“Ele chega furtivamente
Uma sombra nos pés da gente
Abana o rabo contente
Bicho peludinho
Pedindo carinho
Mexendo com seu focinho...
Todo amor do mundo esta entre aqueles pelos pretos, pulgas e patas”



- Não acumule silêncios.

“Pessoas não são respostas, são perguntas.”
(The End of The F**king World)



“Minha vida é feita de listas e sonhos… Não existe nada mais triste do que ter seus sonhos presos em um papel sem consegui-los tirar de lá para que se tornem realidade... Creio que sou invisível ao universo, sou tão insignificante que não deformo suas curvas de tempo (sabemos que algumas coisas são cientificamente erradas, mas soam poéticas)...”




“17 anos, uma idade mágica para muitos e angustiante para outros... Estou escrevendo isso aos 22, me parece mágico agora, mas não pode ser assim quando se namorava uma pessoa sobre a qual não há qualidades para descrever... E das angustias eu fugi, deixando para quando estaria (pensava eu) melhor preparada... Mas ás vezes penso que 17 anos é uma idade eterna...” 



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