CURIOSIDADES
LITERÁRIAS
Esqueça
Nostradamus, por incrível que pareça as maiores previsões do futuro vieram de
obras literárias de alguns escritores famosos. Alguma chegaram a falar que
poderiam ter ficado ricos com suas previsões.
Quer saber o
que eles falaram? Então vamos lá:
- JULIO VERNE (1828-1905)
Julio Verne foi um dos pioneiros do futurismo e previu a
existência de viagens espaciais, submarinos, helicópteros e satélites. Em 1869,
o escritor francês imaginou um submarino que utilizava um combustível eficiente
e praticamente inesgotável. A ideia se concretizou em 1955, com o primeiro
submarino de verdade movido por propulsão nuclear. Ele recebeu o nome de
Nautilus em homenagem ao veículo descrito por Verne.
A descrição de uma viagem à Lua também foi quase profética: o
livro Da Terra à Lua (1865) é praticamente um rascunho do que ocorreu de fato
com o projeto americano Apollo, em 1969. A duração da jornada (97 horas na
ficção e 103, na realidade), o número de tripulantes (três), os locais de
lançamento (a Flórida) e de pouso (o Mar da Tranqüilidade, na Lua), tudo parece
ter sido previsto um século antes. A cápsula de Verne, em forma de bala, media
4,8m de altura e 2,7m de diâmetro. A Apollo media 3,7m de altura e 3,9m de
diâmetro. Até mesmo o regresso à Terra, com o pouso no Pacífico e o resgate por
um navio, é igual.
- H.G.WELLS (1866-1946)
A lista de invenções e ideias de Wells que se tornaram
realidade é impressionante. Em Guerra dos Mundos (1898), ele descreve o laser
e, em When the sleeper wakes (1899), fala de portas automáticas. Wells não
descreveu especificamente o celular, mas falou de um futuro em que as pessoas
usariam meios de comunicação sem fios e correios de voz em alguns de seus
romances. Suas “previsões” sobre a guerra também foram impressionantes. Tanques,
bombardeamentos aéreos e mesmo bombas nucleares já estavam descritos em seus
livros.
- ARTHUR C. CLARKE (1917 – 2008)
Ele próprio confessa que teria ficado rico se tivesse
patenteado a idéia dos satélites em órbita fixa ao redor da Terra. A sugestão
foi apresentada em um artigo de 1945, como um meio de melhorar as
telecomunicações. O conto A Sentinela (1951) deu origem a 2001: Uma Odisséia no
Espaço, filme de 1968 de Stanley Kubrick sobre o supercomputador HAL 9000, que
comanda uma espaçonave, adquire vontade própria e começa a eliminar os
tripulantes. O filme prevê os computadores capazes de derrotar o homem no
xadrez (coisa que aconteceu em 1997, quando um supercomputador da IBM bateu o
campeão de xadrez Gari Kasparov em um tira-teima) e mostra uma cidade orbital
quase igual à Estação Espacial Internacional.
Até o iPad já tinha sido “previsto” por Clarke. No livro
2001, escrito em 1968, baseado no script que ele escreveu para o filme de
Stanley Kubrick, o protagonista utiliza algo chamado Newspad, um computador
usado basicamente para exibir conteúdo como jornais, atualizados
automaticamente, durante uma viagem.
- CYRANO DE BERGERAC (1619 – 1655)
O escritor e duelista francês existiu de verdade e, sim,
tinha um enorme nariz (mas isso não é relevante). Em pleno século 17, ele
descreveu em uma de suas obras algo que se parecia com um gravador: uma caixa
que permitia “ler com as orelhas”. E vai mais longe: em Viagem à lua (1650),
ele fala de uma nave dividida em várias partes que se queimavam sucessivamente,
até situar a cápsula tripulada em órbita. Parece familiar? A ideia foi retomada
por Julio Verne em Da Terra à Lua, de 1865.
- ALDOUS HUXLEY (1894-1963)
A obra mais famosa do escritor inglês, Admirável Mundo Novo
(1932), descreve um cenário sombrio em que a casta dirigente recorre à lavagem
cerebral e à manipulação genética para manter a população idiota. O livro prevê
a liberação sexual dos anos 60, as drogas químicas, a clonagem e até a
realidade virtual, que ali aparece com o nome de cinema-sensível. Fora todas as
outras associações possíveis entre o “mundo novo” de Huxley e o nosso.
- GEOFFREY HOYLE (1942)
O escritor britânico nascido em 1942 escreveu o livro 2010:
Living in the Future em 1972 e antecipou boa parte da tecnologia do século 21.
Webcams, compras pela internet, ensino à distância, bibliotecas digitais,
estava tudo lá. Olha a descrição de uma sala com acervo digital em uma
biblioteca do futuro: “Os livros, filmes e jornais estão todos armazenados no
computador da biblioteca. Primeiro você acessa o índice de biblioteca. Este
arquivo contém todos os livros que já foram escritos. Não importa se eles foram
primeiro escritos em chinês ou francês. Eles vão estar aqui, traduzidos para o
Inglês. Há também um índice de filmes e jornais.”
Na descrição de Hoyle, você pode até virar as páginas usando botões e acessar qualquer livro em sua própria casa. Ele previu até o déficit de atenção das pessoas do futuro: “Enquanto você está na biblioteca, você pode querer ver alguns filmes de viagem para lhe ajudar a decidir para onde irá nas próximas férias. (…) Até mesmo se você estiver sozinho em sua casa, você pode conversar com seus amigos durante a aula. É so digitar o número de um amigo e o seu rosto aparece no canto da tela”.
Na descrição de Hoyle, você pode até virar as páginas usando botões e acessar qualquer livro em sua própria casa. Ele previu até o déficit de atenção das pessoas do futuro: “Enquanto você está na biblioteca, você pode querer ver alguns filmes de viagem para lhe ajudar a decidir para onde irá nas próximas férias. (…) Até mesmo se você estiver sozinho em sua casa, você pode conversar com seus amigos durante a aula. É so digitar o número de um amigo e o seu rosto aparece no canto da tela”.
- GEORGE ORWELL (1903 – 1950)
A expressão Big Brother surgiu no romance 1984 (1948), em que
o autor britânico antevê as paranoias que se tornariam realidade com as câmeras
de vigilância espalhadas hoje por todo lado. O adjetivo “orwelliano” cabe a
todo regime totalitário que altera fatos históricos a seu favor e só acredita
na paz por meio da guerra. Fora que o autor inspirou um dos reality shows mais
famosos do mundo.
- RAY BRADBURY (1920)
No livro Fahrenheit 451 (de 1953), Bradbury imagina os EUA
dos anos 90 como uma sociedade hedonista e anti-intelectual, onde é proibido
ler livros. Nesse mundo, todo trabalhador sonha em comprar sua “televisão de
parede”, uma sala com projeções 3D e um sistema de som multicanal, onde as
pessoas se sentem imersas na transmissão de espetáculos musicais ou competições
que testam seu conhecimento sobre cultura popular, e onde os atores de suas
séries preferidas são chamados de família. Detalhe: quando Fahrenheit foi
lançado, em 1953, a televisão colorida havia sido lançada nos EUA fazia apenas
3 anos e ainda era extremamente cara. Tecnologias como o laserdisc e sistemas
de som multicanal, que iriam tornar possível os home theaters, só surgiram na
década de 1980. E o melhor: Bradbury ainda está bem vivo e já viu suas
previsões acontecerem.
- JOHANN WOOFGANG VON GOETHE (1749 – 1832)
Além da literatura, Goethe se interessava muito por ciência e
deixou trabalhos importantes em campos como botânica, física, química e até
meteorologia. E ele previu um retrato acertado sobre o mundo atual também. Em
Fausto, Goethe antecipou a questão ambiental que o homem enfrenta hoje,
destruindo a natureza em prol de um suposto desenvolvimento da civilização. No
romance Os anos de peregrinação de Wilhelm Meister, ele cunhou o termo
‘velocífero’, mistura das palavras “velocidade” e “Lúcifer”, para se referir a
um mundo frenético de velocidade demoníaca.
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