Se você não leu a história do incio,comece por aqui:
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Continuação...
-
Oi! Você esta bem?
-
A... Sim, es... Estou... – Ele caiu do banco.
-
Meu nome é Mim Kim Lu, e o seu?
- A,
o meu, o meu nome é, é Sezor – ele estava nervoso, ela ajudou-o a se alevantar.
Sezor sentiu sua mão suar.
- Eu
fiquei preocupada, você estava dormindo no banco, mas por quê?
-
Nem eu sei! Deixa pra lá. E o que você esta fazendo nesta cidade deserta?
-
Fugindo do meu destino. – a garota estava quase chorando, Sezor via mais que
uma simples amiga, via a mulher, seu coração bateu mais forte quando a
desconhecida lhe deu um forte abraço e começou a chorar em se ombro. – Eu tive
um passado horrível, não quero isso até o fim de minha vida. – Mim Kim Lu disse
aos soluços.
- Me
conta, desabafa! – Sezor acariciava os cabelos da garota.
-
Esta bem. Só deixa eu me acalmar, me encontre hoje, às duas da tarde, nesse
mesmo banco. – ela deu-lhe um beijo na bochecha e alevantou-se. – Até a tarde!
-
Aha. – Sezor ficou vendo a garota se afastar até ela dobrar a esquina.
Sezor
voltou pensativo para casa, era oito e meia da manhã, ele segurava a sua
empolgação. Subiu as escadas correndo, foi tomar banho, começou a cantar, Yoko
e Renne escutavam a cantoria atrás da porta e davam risada. Ele saiu do banho,
botou sua melhor roupa, passou gel no cabelo, praticamente esvaziou o vidro de
perfume. Ele acabou de se arrumar às 11h, faltavam ainda três horas para o
encontro, mas para Sezor pareciam faltar três meses.
Ele
ficou sentado, imóvel, à frente do relógio, vendo as horas passarem, se recusou
a almoçar, ele não comia nada já fazia três dias, o que lhe mantinha em pé era
sua força interior.
Faltavam
quinze minutos para as duas da tarde e Sezor já esperava no banco a meia hora.
Depois
de uma hora de espera no local marcado Sezor sentiu doces e suaves mãos
bloqueando sua vista, não esperou a tradicional pergunta, disse:
-
Oi, Mim Kim Lu!
A
Jovem deu uma volta no banco e sentou-se muito próxima de Sezor dando-lhe um
beijo na bochecha, muito perto dos lábios do garoto, respondeu:
-
Oi, Sezor,... Tem certeza?
-
Certeza? Como assim? Eu tenho certeza do que?
-
Você quer mesmo ouvir a minha história?
-
Mas... Mas é claro... É claro que sim!
-
Tudo bem, vou começar logo então, pra não tomar muito de seu precioso tempo...
– ela percebeu que essa ultima colocação no final da frase, então perguntou. –
Se esta cidade é deserta, o que um menino normal como você faz aqui?
-
Normal... Quem me dera ser normal! – falou mais para si mesmo do que para a
garota.
-
Como?
-
Nada. Comece, eu quero te ouvir.
-
Esta bem! Eu tinha cinco anos quando os meus pais morreram, eu sempre fui muito
apegada a eles, eu os amava... – lágrimas começaram a cair de leve de sua face.
– me levaram para um tipo de orfanato, algum colégio interno, que mais parecia
uma prisão, eu sempre tive uma má impressão da escola, os castigos de lá eram
muito cruéis e crianças chegavam a morrer. – Sezor viu uma cicatriz no braço da
garota, percebeu que aquilo havia sido um enorme e profundo corte, ela também
fora muito maltratada, pois tinha cicatrizes por todo o corpo. – Os donos do
orfanato me maltratavam muito, uma vez, por tentar fugir daquele maldito lugar,
me queimaram com um marcador de cavalos. – ela alevantou um pouco o lado da
saia, entre outros cortes tinha uma marca de fogo bem funda e vermelha com as
iniciais “MD”, as lágrimas caiam de seu rosto, ela continuou – Em uma das
minhas inúmeras tentativas de fugir eu finalmente consegui, desde então eu vivo
na rua, andando de cidade em cidade, vivendo como uma mendiga.
Ela
acabou de contar sua triste história e se atirou nos braços de Sezor, ela
chorava, ele acariciava os cabelos dela, disse:
-
Calma gatinha, agora você está comigo, tenha calma, tudo sempre acaba bem, se
não está bem é por que ainda não acabou! Vem lá em casa, tomar um copo de água
com açúcar, conhecer a minha família?!...
- Eu
vou a sua casa outro dia, quando eu não estiver chorando. – Sezor tentou roubar
um beijo, mas ela se afastou, alevantou-se e saiu andando. Sezor ficou olhando
até que ela desapareceu no horizonte.
Sezor
foi para casa, não gostaria de viver o que aquela menina viveu. Ele tinha
curiosidade, nunca havia visto a cor dos olhos da amada, ela estava sempre de
óculos escuros. Mim Kim Lu, ele memorizou este nome desde a primeira vez que
ouvira.
Sezor
estava apaixonado.
Ele
foi caminhando até sua casa, entrou pela porta com um sorriso enorme na cara,
Yoko chegou perto dele e perguntou:
- E
esse sorriso? Aonde que tu tava?
-
Ai, ai, deixa pra lá... Eu to feliz. – ele subia as escadas.
Esbarrou
com Renne já no alto da escada quase a fez cair, ele nem se importou e
continuou andando, Sezor entrou em seu quarto, Renne desceu as escadas e
juntou-se a Yoko na cozinha. Renne perguntou a Yoko:
- O
que houve com ele?
-
Paixonite aguda!
-
Como assim?!
-
São sintomas de paixonite, de uns dias pra cá o cara ta um banana!
-
Cai na real Yoko, ele sempre foi um banana!
-
Ele ta se metendo com uma má companhia. – Lady Dark apareceu atrás de Yoko que
já estava acostumada com isso.
Yoko
perguntou brincando:
-
Ele ta chapado?!
-
Que má companhia que pode ter em uma cidade deserta? – perguntou Renne.
-
Deixa pra lá, são suspeitas. – respondeu Lady Dark.
Sezor
desceu as escadas para se juntar ao resto da família, agora novamente
desarrumado. Lady Dark falou:
-
Vamos treinar!
-
Treinar?! Como assim? – Sezor continuava abobado.
-
Calma ai,... acho que não,... Entendi,...! – Yoko havia se engasgado com um
biscoito.
-
Nós treinamos exatamente pra que? – perguntou Renne.
- Eu
já deixei isso bem claro! – respondeu Lady Dark – É para um de vocês recuperar
o Rubi da Luz, voltar à Scar Black e aprisionar o inferno.
-
Scar o que? – perguntou Sezor.
-
Qual de nós? – perguntou Renne.
- O
que ganhamos com isso? – perguntou Yoko.
-
Scar Black é o nome do nosso planeta na outra dimensão. – Lady Dark começou a
responder às perguntas. – Qual de vocês eu ainda não sei, e com isso aquele que
provar suas virtudes e conseguir ganha o trono de Scar Black! Respondido?
-
Sim! – disse Sezor.
-
Que tipo de treino você tem em mente para hoje? – perguntou Renne.
- Um
combate!
- Um
o que?! – assustou-se Yoko.
- É
isso mesmo, um combate, com poderes, os gêmeos competiram entre eles e o que
ganhar lutara contra a mais velha. – dizia Lady Dark apontando para quem ela se
referia.
- Eu
posso queimar o Sezor? – brincou Yoko.
- Ao
mesmo tempo em que eu posso te furar com a lamina de minha espada! – respondeu
ele.
-
Calma, vai ter regras, e eu se fosse vocês torceria pelo oponente! – falou Lady
Dark.
- A,
é o tal do espírito esportivo? – perguntou Sezor.
-
Não, quem ganhar lutara contra mim.
-
Que?!... – gritou Renne.
-
Vamos para a praça. – Lady dark desapareceu, em questão de segundos a cozinha
estava vazia e todos estavam na praça, Lady Dark e Renne sentaram-se no chão
debaixo de uma árvore. – Vamos às regras: sem golpes mortais, eu quero todos
vivos e inteiros no fim do treino. – ela se calou.
-
Nossa, quantas regras! – exclamou Yoko.
-
Fiquem em guarda! – continuou Lady Dark, os gêmeos obedeceram – O adversário
pode considerar a batalha ganha caso o outro desistir, ficar inconsciente,
trapacear ou começar a sangrar muito.
-
Como assim, trapacear? – perguntou Sezor.
- O
que vale é a técnica, trapacear é só um modo de dizer. – respondeu Lady Dark –
Comecem!
Sezor
puxou duas espadas das bainhas as suas costas, Yoko formou uma forte corrente
de ar que fez voar todas as folhas secas que estavam ao redor dos dois, as
folhas secas se queimaram e a terra começou a tremer, Yoko estava levitando e
uma aura azul como água a envolvia, ela estava pronta para atirar uma bola de
fogo em Sezor que permanecia imóvel, de repente ele cravou as duas espadas no chão
a sua frente, ajoelhou-se fazendo uma cara de desespero e gritou:
- Eu
desisto! – ele quase chorava – Desisto! Não posso machucar a Yoko, seria como
se eu estivesse machucando a mim mesmo.
-
Ótimo! Pegue suas espadas e saia do campo de batalha. – Renne, vá.
Sezor
pegou suas espadas às colocou de volta na bainha, saiu andando lentamente e
juntou-se a Lady Dark. Renne foi temerosa, estava com medo depois de ver a
força de Yoko.
Renne
ficou em pé, firme a frente de Yoko, pronta para a batalha, Lady Dark deu o
comando:
- Em
guarda. – elas obedeceram – Comecem. – Yoko continuou levitando e dominando
aquela bola de fogo, o olho dela estava vermelho.
Renne
também levitava, seus olhos estavam fora das órbitas, uma bola transparente a
envolvia como um escudo de energia. Yoko atirou a bola de fogo que ricocheteou
e voltou contra ela que rapidamente criou uma água espessa e fria que apagou o
fogo.
Uma
nuvem negra envolveu a região da praça, parecia uma noite repentina, nublada.
De repente uma explosão abriu a terra causando um forte barulho e empurrando
Yoko contra uma árvore, Renne estava com as mãos voltadas para o alto. Yoko
caiu no chão, estava inconsciente.
A
cortina de fumaça foi se dissipando aos poucos. Os olhos de Renne estavam
voltando ao normal. Renne caiu em pé e jogou-se sentando no chão.
Lady
Dark e Sezor se alevantaram. Sezor foi correndo socorrer Yoko, a arrastou e a
sentou encostada em uma árvore, ela tinha um corte atravessado da bochecha até
o canto da boca, de onde escorria sangue.
-
Yoko, por favor, maninha! – ela deu uma piscada com os olhos.
-
Como ela está? – perguntou Renne ajoelhando-se ao lado de Sezor.
- Se
recuperando. – respondeu ele.
Sezor
encostou o dedo indicador no corte que ia se transformando em uma cicatriz
quase curada, Yoko abriu os olhos e Sezor perguntou:
-
Como se sente?
-
Estou bem, vou sobreviver. – ela respondeu com uma voz fraca e baixa.
Sezor
sentou-se ao lado da irmã e Renne ao lado dele, Lady Dark estava em pé na
frente dos três, com aquela expressão indecifrável no rosto.
Renne
demonstrou que ia se alevantar, Lady Dark antecipou-se:
-
Não, pode ficar ai.
-
Como assim?!... Quem ganhasse não teria que lutar contra você? – perguntou
Sezor.
-
Não precisa, eu já consegui os resultados que eu queria.
-
Resultados?... Que resultados?... – perguntou Renne.
-
Ver como vocês se sairiam em uma batalha.
-
Ta, que eu sou um medroso e perdedor não é novidade. – Sezor olhou para o chão.
-
Não, você tem lealdade e amor, um coração de guerreiro, isso é bom. – Lady Dark
começou – Yoko, você tem coragem, não se entrega facilmente. Renne, seus
poderes são tão fortes que você quase não consegue controlá-los, são mais
fortes do que você pensa.
-
Calma ai, eu... Ta, deixa pra lá. – Renne ia falar alguma coisa, mas desistiu.
- Eu
estou impressionada com todos vocês. – elogiou ela.
- No
que exatamente se baseiam estes nossos poderes? – perguntou Yoko.
- Os
seus, nas forças da natureza, um ótimo poder, misturado com sua coragem, com
seu coração rebelde e sua mente louca por um bom desafio.
- E
eu? – quis saber Sezor.
-
Habilidade com armas, poder de cura, lealdade, jeito briguento de menino, visão
noturna, e vários outros poderes.
- E
eu, eu que só sei explodir coisas? – perguntou Renne.
-
Seus poderes são bem parecidos com os de Mey, mas você é mais forte.
- E
os seus? – perguntou Sezor.
-
Animais.
Lady
Dark respondeu a todas as perguntas tranquilamente. Ela se sentou e encostou
suas costas em uma árvore a frente deles.
- A
história da floresta, lembram? Ótimo, estão dispensados por hoje, eu preciso
meditar um pouco.
Sezor
desapareceu de repente, Yoko saiu levitando e Renne foi andando. Já anoitecia.
Passaram-se
dois dias um tanto normais. Sezor sentia falta de Mim Kim Lu.
Sezor
passeava pela praça deserta, já ficando feia por falta de cuidados. Ele viu
alguém sentado em um banco, com aquele sorriso meia boca de quem não sabe se
esta feliz ou triste, lá estava Mim Kim Lu.
Ele
se sentou ao lado da garota e disse:
-
Senti saudades.
...
Continua...
...
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