Literatura Brasileira:
Padre José de Anchieta: representante do início da literatura brasileira
Quinhentismo (século XVI)
Representa a fase inicial da literatura brasileira,
pois ocorreu no começo da colonização. Representante da Literatura Jesuíta ou
de Catequese, destaca-se Padre José de Anchieta com seus poemas, autos, sermões
cartas e hinos. O objetivo principal deste padre jesuíta, com sua produção
literária, era catequizar os índios brasileiros. Nesta época, destaca-se ainda
Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Através de
suas cartas e seu diário, elaborou uma literatura de Informação (de viagem) sobre o
Brasil. O objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal sobre as
características geográficas, vegetais e sociais da nova terra.
Barroco (século XVII)
Essa época foi marcada pelas oposições e pelos conflitos
espirituais. Esse contexto histórico acabou influenciando na produção
literária, gerando o fenômeno do barroco. As obras são marcadas pela angústia e
pela oposição entre o mundo material e o espiritual. Metáforas, antíteses
e hipérboles são as figuras de linguagem mais usadas neste período. Podemos
citar como principais representantes desta época: Bento Teixeira, autor de
Prosopopéia; Gregório de
Matos Guerra ( Boca do Inferno ), autor de várias poesias
críticas e satíricas; e padre Antônio Vieira, autor de Sermão de Santo Antônio
ou dos Peixes.
Neoclassicismo ou Arcadismo (século XVIII)
O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia e de seus
valores. Esse fato influenciou na produção da obras desta época. Enquanto as
preocupações e conflitos do barroco são deixados de lado, entra em cena o
objetivismo e a razão. A linguagem complexa é trocada por uma linguagem mais
fácil. Os ideais de vida no campo são retomados (fugere urbem = fuga das cidades) e a vida bucólica passa a ser valorizada, assim como a
idealização da natureza e da mulher amada. As principais obras desta época são:
Obra Poética de Cláudio Manoel da Costa, O Uraguai de Basílio da Gama, Cartas
Chilenas e Marília de Dirceu de Tomás Antonio Gonzaga, Caramuru de Frei José de
Santa Rita Durão.
Romantismo (século XIX)
A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real portuguesa
em 1808, e a Independência
do Brasil em 1822 são dois fatos históricos que influenciaram
na literatura do período. Como características principais do romantismo,
podemos citar : individualismo, nacionalismo, retomada dos fatos históricos
importantes, idealização da mulher, espírito criativo e sonhador, valorização
da liberdade e o uso de metáforas. As principais obras românticas que podemos
citar : O Guarani de José de Alencar, Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves
de Magalhães, Espumas Flutuantes de Castro Alves,
Primeiros Cantos de Gonçalves Dias. Outros importantes escritores e poetas do período: Casimiro de
Abreu, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Teixeira e Souza.
Realismo - Naturalismo (segunda metade do século XIX)
Na segunda metade do século XIX, a literatura romântica
entrou em declínio, juntos com seus ideais. Os escritores e poetas realistas
começam a falar da realidade social e dos principais problemas e conflitos do
ser humano. Como características desta fase, podemos citar: objetivismo, linguagem popular, trama psicológica,
valorização de personagens inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas,
crítica social, visão irônica da realidade. O principal representante desta fase
foi Machado de
Assis com as obras:
Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O Alienista.
Podemos citar ainda como escritores realistas Aluisio de Azedo autor de O
Mulato e O Cortiço e Raul Pompéia autor de O Ateneu.
Parnasianismo (final do século XIX e início do século XX)
O parnasianismo buscou
os temas clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os
autores parnasianos usavam uma linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas
mitológicos e descrições detalhadas. Diziam que faziam a arte pela arte. Graças
a esta postura foram chamados de criadores de uma literatura alienada, pois não
retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela época. Os principais
autores parnasianos são: Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e
Vicente de Carvalho.
Simbolismo (fins do século XIX)
Esta fase literária inicia-se com a publicação de Missal e
Broquéis de João da Cruz e Souza. Os poetas simbolistas usavam uma linguagem
abstrata e sugestiva, enchendo suas obras de misticismo e religiosidade.
Valorizavam muito os mistérios da morte e dos sonhos, carregando os textos de
subjetivismo. Os principais representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza e
Alphonsus de Guimaraens.
Pré-Modernismo (1902 até 1922)
Este período é marcado pela transição, pois o modernismo só
começou em 1922 com a Semana de Arte Moderna.
Está época é marcada pelo regionalismo, positivismo,
busca dos valores tradicionais, linguagem coloquial e valorização dos problemas
sociais. Os principais autores deste período são: Euclides da
Cunha (autor de Os Sertões), Monteiro
Lobato, Lima Barreto,
autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma e Augusto dos
Anjos.
Modernismo (1922 a 1930)
Este período começa com a Semana de Arte
Moderna de 1922. As principais características da literatura
modernista são : nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos) , linguagem com
humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais escritores
modernistas : Mario de
Andrade, Oswald de
Andrade, Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel
Bandeira.
Neo-Realismo (1930 a 1945)
Fase da literatura
brasileira na qual os escritores retomam as críticas e as
denúncias aos grandes problemas sociais do Brasil. Os assuntos místicos,
religiosos e urbanos também são retomados. Destacam-se as seguintes obras :
Vidas Secas de Graciliano Ramos, Fogo Morto de José Lins do
Rego, O Quinze de Raquel de Queiróz e O País do Carnaval de Jorge
Amado. Os principais poetas desta época são: Vinícius de Moraes, Carlos
Drummond de Andrade e Cecilia
Meireles.
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