Olhe para
este mundo em que vivemos... Olhe com atenção. Observe os detalhes.
Ainda há
algo aqui que valha a pena? Ainda há algo que te faça acreditar que algo pode
melhorar? Mesmo que estejamos em declínio há tantos anos... Somos tão
esperançosos, bom, alguns de nós são... Talvez apenas os mais otimistas.
Mesmo as
belas paisagens que eu admiro, e você deve admirar também, logo deixarão de
existir... Desde seu inicio o mundo caminha para a destruição. Como concertar o
que já começou errado?
Talvez
nem tenha sido o mundo que começou errado, mas a mentalidade do homem... Ou da
mulher, que seja, do ser humano em geral, é o que quero dizer.
Evoluímos
por meio de guerras, vivemos hoje porque milhares de pessoas morreram ontem... E
o mundo foi construído em cima de seus cadáveres... Na maioria, inocentes
cadáveres... E aparentemente, nada aprendemos com isso... Por quê? Você
observou direito o mundo em que vivemos, como lhe disse para fazer no primeiro parágrafo...
Você entenderá... Se você vive no mesmo ano que eu... Se for do futuro, por
favor, diga que este pessimismo que habita meu ser é infundado... Se você for
do passado, é um alerta...
A cada
dia vivemos apenas para produzir mais lixo... Acabar com os recursos do
planeta, poluir nossa casa... Há quanto tempo já não escutamos este discurso?
Há quanto tempo já não conhecemos nosso velho amigo aquecimento global?... Mas
aonde eu quero chegar? A uma lição de moral? Ou a uma conscientização?
Tolo quem
acha que ainda funciona...
Vivemos
em um mundo aonde a humanidade deu errado! Pessoas fazendo discurso de ódio contra
quem é diferente, sem perceber que a diferença constrói, na diferença crescemos
e aprendemos. Gente intolerante contra negros, contra imigrantes, intolerante a
comunidade LGBT, intolerante contra seu vizinho, seu irmão, intolerante contra
quem tem opinião diferente da sua, intolerante contra quem tem religião
diferente da sua, intolerante a lactose... Gente que tanto não suporta a
diferença que deseja a morte, ou mata quem não é uma cópia exata de seus
ideais... Gente polarizando opiniões, colocando tudo em uma caixinha, em um
pacote pronto, gente que não é analfabeta, mas não sabe ler, muito estudou, mas
é incapaz de interpretar um texto, interpretar o outro, a tal da empatia... Ou
o grande amor, ou o simples respeito...
É ótimo
que todos nós tenhamos nossa opinião formada, mas deveríamos ter a consciência
de que a partir do momento que nossa opinião pode ferir, magoar, ofender o
outro, devemos guardá-la apena para nós. Aquele velho ditado: tua liberdade
termina quando começa a liberdade do outro.
Pode
haver um pouco de esperança quando vemos que há algumas décadas atrás quando
nascia uma criança com síndrome de down, por exemplo, eram escondidas da
sociedade, descriminadas pelas próprias famílias e tratadas como mongolóides, e
hoje faz parte do senso comum que discriminar uma pessoa com qualquer tipo de
deficiência, seja ela mental, física, ou o que for, te torna um completo babaca
desalmado, pois somos capazes de compreender todas as potencialidades do
indivíduo, mesmo que haja alguma limitação. As pessoas construíram esta conscientização
com o passar do tempo, a rede de apoio e a aceitação cresceram em tornos das
pessoas e a conscientização social se tornou intrínseca na grande maioria dos indivíduos.
Se pensarmos deste modo podemos abrir uma luz de que talvez, daqui há alguns
anos haja também uma conscientização intrínseca sobre as diferenças de cor de pele (não de raça,
raça só tem uma e é a raça humana, o termo racismo, por si só já está
equivocado), diferença de orientação sexual, aceitação ao amor livre, entre tantas
coisas importantes e não haja mais preconceito! Todos somos diferentes, e todos
somos iguais dentro de nossas diferenças!
Enquanto
vemos protestos nazistas nas ruas (estou falando de 2017, não de 1940)...
Enquanto vemos dois governantes que parecem duas crianças birrentas, te digo
quem sofre se começarem a brincar com suas arminhas e bombinhas de “brinquedo”
nada inofensivas... Quem sofre são os civis, povo que nada tem a ver com
isso... (ainda falo de 2017, não de 1940) Estamos regredindo a ponto de voltar
a temer uma guerra, terceira guerra mundial? Uma guerra atômica... Não que o
mundo esteja em paz por todo esse tempo... Tem uma terra esquecida, chamada
Oriente Médio, aonde as pessoas inocentes sofrem todos os dias por culpa da
guerra... Uma guerra muito mal explicada mela mídia, como tudo, na verdade...
Mas agora
vou falar de algo mais pessoal, sim, comentei todo este cenário, para chegar
até aqui...
Sem ter
falado é claro da política do nosso país (Brasil, de onde eu falo) que esteve
podre desde sempre, sem falar da violência das nossas ruas, sem falar do
egoísmo do ser humano, sem falar das pequenas guerras que acontecem todos os
dias em vários lugares do nosso país, sem falar da pobreza, da crise econômica,
do desespero... Sem falar de tudo isso que pisoteia, sapateia a pouca fé que me
restava na humanidade... A tristeza do mundo dança axé em cima da minha fé...
E mesmo
vendo tudo isso, quando decido e expresso que não vou parir ninguém (sim, sou
mulher, embora muitas vezes não pareça), as pessoas acham estranho... Rebatem
dizendo que ter um filho é a melhor coisa do mundo... Espera... Deste mundo?
Deixe de ser egoísta! Um filho para tapar seu buraco de falta, e depois sofrer
neste mundo... Você tem certeza mesmo que quer botar uma pessoa neste mundo
para continuar assistindo enquanto tudo apodrece e cai... Para quem sabe,
passar por uma guerra, ou várias guerras cotidianas, viver em um mundo
intolerante, ver a crise, passar fome... Talvez eu esteja sendo muito
pessimista... Talvez você coloque no mundo o próximo Einstein... Ou o próximo Hitler...
Mas a mãe, ou pai, deste individuo, será você, pois eu fujo desta
responsabilidade... Afinal, só conseguimos influenciar nossos filhos até certa
parte, o resto é o mundo que faz por nós, as influencias são externas, e você
não pode interferir nisso... Se for para dar amor a uma criança, adotarei uma
que já está por aqui, precisando ser amada e educada... Sim, tenho crianças na
família que me fazem derreter, ter vontade de protegê-las e abraçá-las... Ao
mesmo tempo em que vejo pais que não estão preparados para educar... Sempre me
preocupo com o futuro destes pequenos que um dia serão grandes... E terão suas
próprias batalhas pra enfrentar, e ainda mais batalhas se escolherem não viver
em uma gaiola e enfrentar as do mundo...
E se você
tem esperança de educar seu filho para melhorar o mundo... Desculpa, mas... Egoísmo
seu de novo... Não espere que sua próxima geração vá conseguir fazer o que você
não conseguiu fazer... Mesmo se sua educação for pro amor e pra empatia,
enquanto seu filho fizer as bondades que consegue, vai sofrer ao ver todo o
ódio que tem neste mundo e tantas pessoas se machucado, que não estão ao
alcance dele para poder ajudar... Uma única peça, não concerta um mecanismo que
está todo quebrado...
Tem outro
detalhe que talvez pra você não faça diferença, que para você valha à pena...
Mas, parir dói! E eu não me sinto masoquista a este ponto. Algumas mães vão
dizer que não dói, porque existe uma estratégia biológica chamada de amnésia da
dor do parto... Sim, nascer é tão ou mais doloroso do que morrer... E também há
a opção de dar a luz com intervenção médica... Trata-se de uma cirurgia... E
meu medo e falta de confiança devido a traumas já passados em relação a
intervenções médicas, que prefiro morrer (sim, sou trágica) há passar por
qualquer tipo de cirurgia...
Veja,
vivemos em um país com mais prisões do que escolas, metaforicamente, e as
escolas que tem não são suficientes para cuidar de tudo o que esta errado,
poucas funcionam... Eduque as crianças para que não precise punir os adultos...
Enquanto um mundo inteiro mostra exemplos negativos... Eu mesma tenho vontade
de sair do palco às vezes...
Deixe-me
contar outra coisa, que há muito existe, mas é pouco falada... Meninas do
Oriente Médio, crianças e adolescentes, sendo “vendidas” por suas famílias
pobres à homens que tem a idade para serem seus avôs, para se casarem...
Tomamos isso como um costume da tradição deles... Mas não é... Mais me parece
um estupro... Talvez o caso da menina de 8 anos que morreu após ter sido
obrigada a ter sua noite de núpcias com o seu marido idoso não seja verdadeiro,
mas quantos tantos outros podem ser verdadeiros e não ficamos sabendo... Quantas
moças passam por essa violência e este abuso, sem ninguém fazer nada... A cada
vez que vejo uma noticia assim, ou passo por um morador de rua, ou vejo um
animal maltratado, tenho mais certeza que não vou colocar filhos em um mundo
como esse...
A cada vez
que vejo noticias de feminicídio, de ex companheiros que não aceitaram o fim da
relação, de violência domestica, tenho mais certeza de que não vou querer
dividir minha vida com ninguém... Você vê isso como uma fuga? Um medo? Te digo,
não confio em ninguém em um mundo como esse, apenas em mim mesma... Não vejo
necessidade de me arriscar... Não sou uma pessoa dependente de estranhos...
E também
não gosto de fazer cama de casal, é mais difícil... Prefiro cama de solteiro.
Não vou
me fechar em uma caixinha... Não existe perfeição... Deixe-me desabafar meus
problemas... Talvez eu seja uma pessoa traumatizada, talvez eu seja uma pessoa
mais forte... Ou não, é só aparência, por dentro estou sempre em cacos... E por
fora, tenho o controle da situação...
Deixe eu
te dizer, irei me expor, pois sou uma suicida, mas uma suicida diferente... Não
sou aquela pessoa que escolhe um meio rápido e efetivo para acabar com sua
vida... Sou mais complicada que isso, se não, não seria eu, me mato aos poucos,
todos os dias, minando minha saúde... Fabrico minha morte aos poucos... Me
afundando cada vez mais... Comendo o que sei que não deveria comer e deixando
de fazer o que eu talvez precisasse...
Tenho outros
motivos, alem deste mundo podre, para não querer dividir minha vida e meu
espaço com ninguém... Simplesmente não sei amar, sou egoísta para ceder, não
sinto mais nada pelas pessoas... E também não sei dividir minha vida e meu
espaço com ninguém... Sou anestesiada... Não tenho libido, nem por homens, nem
por mulheres (tentei)... Segundo “manuais de orientação sexual” o termo certo
seria assexuado... Mas isso me é tão novo... Também não sei assumir algo que
pode se tratar de uma fase... Ou do meu verdadeiro eu, isso, só o tempo vai me
dizer... Ou apenas nunca achei alguém com a pegada certa, com o sentimento
certo... São questões confusas que ainda não sei discutir...
Não sei
até onde posso ir... Nem até onde vai o ser humano...
Tem tanta
coisa errada no mundo... Que não existem nem palavras o suficiente para
dizer...
Sofria
bullying desde muito antes desta palavra existir... Mas me parece que sinto a
dor do mundo, muito mais do que a minha própria... Choro por quem já não pode
mais... Por quem já não consegue mais...
Tenho na
minha política pessoal de que devo reclamar o menos possível, quando posso
evitar, sou humana, reclamo se é muito frio, ou muito calor, reclamo se alguém
esquece do meu aniversário, reclamo se tenho alguma dor... Mas não reclamo por
amenidades, não reclamo se o sol não está na posição que quero, ou se o
transito fez me atrasar... Mas o pior é não reclamar quando há injustiça,
desrespeito, preconceito...
Queria
abraçar cada pessoa que já sofreu algum preconceito na vida, e pedir desculpas,
mesmo que não tenha sido eu a cometer o preconceito, apenas porque aquele ser
humano, com sentimentos e pensamentos, merece um pedido de desculpas... Poderia
convidar você a construir um mundo melhor comigo, mas eu própria, já não tenho
forças para isso...
Para que
salvar o planeta se a humanidade já está podre... Viva ao capitalismo... Vamos
todos definhar juntos... Soa romântico...